ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA, EM PRORROGAÇÃO, DA NONA LEGISLATURA, EM 20.07.1988.

 

 

Aos vinte dias do mês de julho do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Segunda Sessão Ordinária da Décima Segunda Sessão Legislativa Extraordinária, em Prorrogação, da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Aranha Filho, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Wilton Araújo, Marcinho Medeiros e Eroni Carus. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou à Vereadora Teresinha Irigaray que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir a Sr.ª Secretária procedeu a leitura da Ata da Décima Primeira Sessão Ordinária e da Ata Declaratória da Décima Sessão Extraordinária que, juntamente com a Ata Declaratória da Sétima Sessão Extraordinária, as Atas da Oitava e Nona Sessões Extraordinárias, foram aprovadas. À MESA foram, encaminhados: pelo Ver. Ennio Terra, 01 Pedido de Providências, solicitando que a SMT fiscalize alguns táxis que fazem ponto em frente aos dois portões da Santa Casa de Misericórdia, na Praça Dom Feliciano, no Centro; 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado, a instalação de um transformador de energia elétrica da CEEE na Rua Aurora, frente ao n.º 178, Bairro Vila Nova; pelo Ver. Flávio Coulon, 01 Pedido de Informações, acerca de todos os funcionários cedidos pelo Executivo a esta Casa; pelo Ver. Frederico Barbosa, 01 Pedido de Informações acerca da ciclovia a ser implantada pelo Executivo, na área do Projeto Praia do Rio Guaíba; pelo Ver. Jaques Machado, 01 Projeto de Resolução n.º 34/88 (proc. n.º 1476/88), que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Sr.ª Maria Elizabete da Silva Santos; 02 Pedidos de Providências, solicitando colocação de um abrigo na parada de ônibus localizada na Av. Assis Brasil, 5577 e pintura na faixa de segurança, localizada na Av. Assis Brasil n.º 5577; pelo Ver. Ignácio Neis, 06 Pedidos de Providências, solicitando substituição de lâmpadas nas Ruas Álvaro Guterres, em frente ao n.º 609, Pereira Neto, em frente ao n.º 1194, Dr. Mário Totta, em frente aos n.ºs 1800 e 1771, colocação de suporte e luminária, na Rua Landel de Moura, em frente ao n.º 2232, colocação de protetor e lâmpada na Rua João Vedana, em frente ao n.º 586 e colocação de braço e luminária no (Beco), entrada pela Travessa Escobar 219, em frente à casa de n.º 3; pelo Ver. Nilton Comin, 01 Pedido de Providências solicitando limpeza da Av. Nilo Peçanha, entre os n.ºs 350 e 242; pela Ver.ª Teresinha Irigaray, 01 Pedido de Providências solicitando rebaixamento e terraplanagem de uma rua já existente, que é o início da Rua Capitão Veriato e que liga a Estrada da Represa à Chácara dos Bombeiros. Do EXPEDIENTE constaram: Ofício n.º 026/88, do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul; Ofício n.º 231/88 do Presidente do Clube Comercial de São Borja; Ofício n.º 412/88, do Prefeito Municipal; Ofício s/n.º do Deputado Estadual Valdomiro Vaz Franco. A seguir foi aprovado Requerimento verbal do Ver. Cleom Guatimozim solicitando inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao Período de PAUTA. Em Discussão Preliminar estiveram: em 1.ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 115/88, da Mesa, discutido pelos Vereadores Hermes Dutra, Antonio Hohlfeldt e Rafael Santos; o Projeto de Lei do Executivo n.º 69/88, discutido pelos Vereadores Hermes Dutra, Antonio Hohlfeldt e Rafael Santos. Após, o Sr. Presidente apregoou o Projeto de Decreto Legislativo n.º 13/88 (Proc. n.º 1547/88.) Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Artur Zanella informou o recebimento de Ofício do Prefeito Municipal contendo Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo n.º 69/88, que reajusta os vencimentos do funcionalismo público municipal. Disse que conforme lhe fora solicitado, pelo Ver. Brochado da Rocha, envidará os maiores esforços para que as negociações entre o Legislativo e Executivo Municipal, com vistas às aspirações do funcionalismo no tocante ao o reajuste consigam uma solução satisfatória. Em continuidade, a Sr.ª Secretária apregoou o Ofício n.º 417/GP, com Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo n.º 69/88. A seguir constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos verbais: do Ver. Caio Lustosa, solicitando votação nominal à Emenda n.º 01 ao Projeto de Lei do Executivo n.º 47/88: votação nominal e em bloco para as Emendas de n.ºs 02, 05 e 06 apostas ao mesmo projeto; do Ver. Nei Lima, solicitando votação nominal à Emenda de n.º 04 ao Projeto de Lei do Executivo n.º 47/88. Em votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 47/88, com declaração de voto do Ver. Flávio Coulon; foram aprovadas as Emendas de n°s: 01, por quinze votos SIM, contra quatorze votos NÃO, com declaração de voto do Ver. Artur Zanella; as Emendas 02, 05 e 06 por dezesseis votos SIM contra onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, com declaração de voto do Ver. Flávio Coulon; a Emenda de n° 04, por quinze votos SIM contra treze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES. Ainda, o Sr. Presidente informou que a Emenda de n° 03 aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 47/88 fica prejudicada em face da aprovação da Emenda de n° 02, nos termos do artigo 125, I do Regimento Interno. Em votação, foi aprovada a Redação Final ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 6/88. Ainda, foram aprovados Requerimentos dos Vereadores Nei Lima e Caio Lustosa, solicitando verificação de votação, respectivamente às Emendas de n°s 02, 05 e 06, e a Emenda n° 04; do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando dispensa de distribuição em avulsos e interstícios à Redação Final do Projeto de Lei do Executivo n° 47/88, considerando-a aprovada nesta data; do Ver. Raul Casa, solicitando que os Projeto de Lei do Legislativo 115/88 e o Projeto de Lei do Executivo n° 69/88, sejam considerados em regime de urgência e submetidos a reuniões conjuntas das Comissões. Durante os trabalhos o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver. Clóvis Brum, acerca da Emenda n° 03 ao PLE 47/88. Os trabalhos estiveram suspensos por vinte e nove minutos nos termos regimentais. A seguir constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, convocando para uma Sessão Extraordinária a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Artur Zanella, Gladis Mantelli e Jorge Goularte, o último nos termos do artigo 11, parágrafo 3° do Regimento Interno e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Mano José e Jorge Goularte, este como Secretário “Ad Hoc”. Do que eu, Gládis Mantelli, 1ª Secretária determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por todos os Vereadores presentes.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM (Requerimento): Sr. Presidente, face ao acordo havido, hoje pela manhã, entre o Prefeito Municipal e as Lideranças, eu peço a inversão da ordem dos trabalhos, para que possa, primeiro, correr a Pauta onde se encontra o Projeto de aumento do funcionalismo para, logo em seguida, passar-se à votação das outras matérias.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, para que a Pauta seja discutida em primeiro lugar. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, face à inexistência de energia elétrica, neste momento, fica praticamente prejudicado, nesta convocação extraordinária, o registro dos debates por parte da Taquigrafia; então, solicito a V. Exa. que suspenda os trabalhos até o retorno da luz.

 

O SR. PRESIDENTE: Não é uma Questão de Ordem, no entanto, suspendemos os trabalhos da presente Sessão até o retorno da energia elétrica.

 

(Os trabalhos são suspensos às 14h32 min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h04min): Havendo “quorum”, determino sejam abertos os trabalhos da presente Sessão. Passamos à

 

PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1546/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 115/88, da Mesa, que reajusta os vencimentos dos funcionários da Câmara Municipal e dá outras providências.

 

PROC. 1545/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 69/88, que reajusta os vencimentos dos funcionários da Administração Centralizada e Autárquica do Município e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: Para discutir, a palavra com o Ver. Hermes Dutra, por inversão de tempo com o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em Pauta o aumento dos funcionários públicos municipais tanto aos que servem a este Legislativo como ao Executivo. Eu acho que pode-se fazer um discurso para a platéia, pode-se fazer uma análise racional e/ou um discurso eleitoreiro.

Mas é dentro dessas três questões que eu me proporia a sugerir uma reflexão em relação ao problema de salário do funcionalismo público municipal. Na verdade, o maior problema que o homem enfrenta, e o homem na acepção de homem e mulher, é a angústia de não saber o amanhã, porque não lhe pertence. Não tendo instrumentos que lhe dêem uma antevisão do que será o amanhã, essa angústia tende a aumentar. O município não tem uma política salarial para os seus funcionários de forma clara e não apenas no campo das intenções. É muito bonito se dizer que o funcionário público municipal deve ser melhor remunerado, que ele vai ter uma remuneração boa, mas essas coisas deverão ser traduzidas de forma objetiva. O que quero dizer com forma objetiva? Por exemplo, a nível nacional, bem ou mal, longe de mim defender o Governo Federal, e bato na mesa por esse Governo ruim que aí está, mas, bem ou mal, o trabalhador sabe que, ao fim do mês, há uma URP, terá um aumento, por menor que seja, mas terá uma garantia de um aumento mínimo que lhe vai proporcionar um pequeno reajuste nos seus salários. Os funcionários públicos federais também têm isso, embora a ilustre política do PMDB, a nível nacional, agora tenha inventado o ano de dez meses, retirou março e abril, mas também tem essa política; o funcionário estadual, mais recentemente, o Governador Pedro Simon inventou o aumento trimestral, só que no primeiro mês deu um aumento com duas URP, ou seja, fez um aumento trimestral de dois meses. Mas, pelo menos, esses funcionários, o trabalhador celetista, os funcionários estadual e federal, têm um horizonte à sua frente para saber que no mês que vem a inflação não lhe comerá todo o salário. Já o mesmo não pode dizer o funcionário público municipal de Porto Alegre, porque fica na esperança e na boa vontade do Chefe do Poder Executivo Municipal. Se o Sr. Prefeito amanhecer de bom humor e entender de mandar um Projeto à Câmara dando a inflação do mês mais uma reposição de 10%, ótimo. Se o Sr. Prefeito não entender assim e mandar a metade da inflação, pobre do funcionário público. Quer dizer, não há garantia, sequer, de ganhar metade da inflação do mês. É esta reflexão que proponho neste momento, e que sei que o ideal seria para ganhar aplausos fáceis da platéia, tocar pau no Executivo e pedir aumento de cento e tantos porcento. Isto tudo é uma luta de que nenhum de nós está excluído. Mas a grande verdade é que é necessário que se exija, isso sim, e imediatamente, uma política para o funcionalismo público municipal. Hoje pela manhã, se fez uma reunião longa para o Sr. Prefeito. Disto se conseguiu, pelo menos, que será gravada na Lei que será votada hoje, estamos aguardando a Mensagem, que os aumentos serão bimestrais, pelo menos já é alguma coisa. Mas fica o grande ponto de interrogação, Sr. Presidente, que funciona mais como uma espada na cabeça do funcionário, e não como um ponto de interrogação. Aumento bimestral, sim, mas que índice será aplicado no aumento bimestral. Será o índice do URP, será o índice da inflação, ou será o índice que o Sr. Prefeito entender num dia que levantar-se de bom ou de mau humor.

Acho que esta questão, Sr. Presidente, que a Comissão que foi hoje oficializada na reunião das Lideranças com o Executivo Municipal tem de dirimir e definir de forma rápida para que possamos, nos primeiros dias de agosto, quando esta Casa voltar a funcionar, definir, claramente, as referências para os aumentos salariais dos funcionários, porque é uma conquista o aumento bimestral. Mas esta conquista pode se tornar uma vitória de Pirro. Porque é melhor um aumento trimestral ou quadrimestral de 50%, do que dois aumentos bimestrais de 10%.

Então, esta questão, Sr. Presidente, é que quis chamar a atenção dos Vereadores e funcionários, e sobretudo de suas entidades representativas, eis que terão papel decisivo na elaboração de uma nova proposta para esse problema, que é grave, que é sério, e que afeta a parte mais sensível do ser humano, que é a da sua barriga e da barriga de sua família. E o funcionário público municipal nunca, nos últimos anos, esteve com um achatamento salarial tão grande, como está nos dias de hoje. É verdade que o Prefeito enfrenta dificuldades, mas os Prefeitos de antes também enfrentavam dificuldades, então, a questão é ter boa vontade, querer ajudar a resolver. E querer, sobretudo, abrir mão de algumas idéias radicalizadas que, muitas vezes, as pessoas, porque não querem dar o braço a torcer, terminam causando prejuízo em cima de uma classe inteira, como é a classe do funcionário municipal. Esse aumento de 35%, sabem os senhores funcionários, melhor do que eu, pois sentem na barriga a diferença, não chega a compensar, sequer, as perdas salariais dos últimos três meses. Nós temos um período eleitoral pela frente e, não resta dúvida de que a mão do Sr. Prefeito vai se tornar mais aberta, e preparem-se para receberem um aumento um pouquinho mais substancioso em setembro ou novembro, pela definição da bimestralidade acertada hoje, em reunião desta Casa com o Sr. Prefeito Municipal.

Agora, o funcionário público municipal, de uma vez por todas, não pode mais continuar à mercê do bom ou do mau humor do Sr. Prefeito Municipal, dos bons ou dos maus cálculos da Secretaria da Fazenda. É necessário que se defina um índice de aumento, para que possa o funcionário até mesmo se programar, se é que o funcionário com esse pouco salário que recebe pode se programar para alguma coisa. Mas se não, foi dito que será ganho pela URP, ou que terá inflação 100%, ou 90% da inflação, deve ser dito, porque então ele poderá, nas suas minúsculas contas, programar-se um pouquinho em função do que tem a fazer, nos próximos 2 ou 3 meses. Esta é a questão que me parece fundamental. Ficar dizendo que esse índice é uma mixaria é dizer o óbvio, porque todos nós sabemos que o funcionalismo municipal está sofrendo um achatamento salarial. O salário mais baixo do Executivo, este mês, está abaixo do piso nacional de salários. E o piso nacional de salários, nos últimos 10 anos, ou mais, nunca esteve tão baixo, pois o mesmo sequer alcança 50 dólares. E o funcionário público municipal, em relação a este piso que está baixíssimo, neste mês, talvez não ganhe o mínimo que lhe é assegurado no chamado Piso Nacional de Salário.

Então, estas questões, Sr. Presidente, a Câmara não pode ficar ausente, ficar somente no discurso, ela tem de participar, ela tem de exigir. E os avanços que a classe municipária conquistou há dois anos e meio atrás, e que tive uma participação muito pequena, mas tive, esvoaçaram-se nos últimos dois anos, se foram aqueles avanços. Agora a que reconquistá-los, mas para reconquistá-los é necessário esforço não só desta Casa, mas, sobretudo, do funcionalismo público municipal, sabendo agir. Nós não podemos, em hipótese alguma, dar motivos a que se lancem sobre a classe do municipário porto-alegrense as mazelas da Prefeitura, o mau serviço que eventualmente é prestado, a má situação da Prefeitura, nós não podemos dar motivos para que pensem isso. E os Senhores sabem perfeitamente a que estou me referindo quando faço alusão a este caso. Por isso, Sr. Presidente, nesta discussão preliminar, lamento, como todos vão lamentar, o baixo percentual, mas espero que todo este rolo, todo este problemão que surgiu com este aumento, sirva de exemplo, e que deste exemplo se tire lições. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convido o Ver. Jorge Goularte para Secretário “ad hoc” da Mesa.

Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Funcionários Públicos Municipais, especialmente os nossos companheiros desta Casa, é evidente que a questão salarial, que volta e meia se discute, não é apenas uma questão de disponibilidade de caixa, da existência ou não de dinheiro, mas é, também, uma questão de opção política. Afinal de contas, o dinheiro não tem cor específica para pagar uma obra ou para pagar o salário dos funcionários, ele é exatamente o mesmo. E do acerto desta opção política que a atual Administração faz, evidentemente os senhores, melhor do que nós Vereadores, podem julgar e julgarão nos próximos meses: se ela agrada, se é correta, se ela atende as necessidades. Pessoalmente, acho que não, mas isto é uma posição de cada um. O que fica claro é que, desde o início da atual Administração do Prefeito Alceu Collares, houve uma perda real do valor do salário dos funcionários públicos na ordem de 58,17%. Realidade essa que nós inclusive, objetivamente, já alertávamos na análise orçamentária para 1987, ao final de 1986, portanto, ao final do primeiro ano da Administração e voltávamos a alertar até com maior gravidade, na análise da proposta orçamentária de 1988, quando o percentual dos salários, dentro da mensagem orçamentária, era realmente bem menor e nos deixava muito preocupados com a situação. Esta perda de 58,17% significa, no cálculo que a AMPA recebeu do DIEESE, a necessidade de uma reposição de 139,069%, na consideração básica, inclusive, dos salários pagos de janeiro de 1986 a julho de 1988, reposição esta que se esperaria e gostaria que ocorresse, a partir de 1.º de julho. Isto significaria, basicamente, distribuído em três aumentos bimestrais: julho, setembro e novembro, 46,35%, a cada vez, mais os percentuais da unidade de reposição, URP e que daria então variáveis, por exemplo, neste mês de julho de mais ou menos 65% e nos meses de setembro e novembro valores que ainda são difíceis de se prognosticar, mas que evidentemente não seriam muito diferentes disto aí, mas para cima. Até para que se chegasse em novembro com um certo equilíbrio com relação a esses dados. Todos vocês lembram o episódio que tivemos, recente, na disputa entre Governo Municipal e Governo Estadual, momento em que esta Casa foi chamada a intermediar a dificuldade que apresentava o Executivo em relação ao diálogo com a entidade representativa dos municipários e, novamente, fomos chamados a intervir como Poder Legislativo, através das diversas Lideranças de Bancada, inclusive da Bancada de situação - é bom que se diga, o Ver. Cleom Guatimozim tem participado deste debate conosco - no sentido de reatarmos as negociações com o Executivo. O que se conseguiu, hoje, pela manhã, no meu entendimento, é muito pouco, mas, dentro da realidade da posição assumida pelo Executivo, é alguma coisa de concreto, a partir da qual podemos tentar trabalhar, ou retomar o contato, o diálogo, a negociação. Nós dizíamos - e não apenas eu, como outros companheiros de outras lideranças - que não haveria sentido em um encontro com o Sr. Prefeito, se não tivéssemos possibilidade de retomar concretamente a negociação. E retomar concretamente a negociação significa receber, trazer alguma coisa além do que estava colocado na Mesa. Eu não quero aqui falar em nome das Lideranças que estiveram pela manhã. Não me cabe este papel. Apenas, pela ordem, falou o Ver. Hermes Dutra, que estava inscrito, falo eu e apenas dou um relato daquilo que foi encaminhado com o Executivo Municipal. Uma das reivindicações que existe, permanente, é a da formalização da bimestralidade, porque, se ela tem sido praticada até o momento, evidentemente ninguém nos garantia que ela seria respeitada daqui para frente. Foi acordado com o Sr. Prefeito Municipal - ao menos as Lideranças de oposição têm este compromisso com os funcionários, de não desobstruir a Pauta enquanto essa Mensagem não chegar aqui - de que seria enviada uma Mensagem Retificativa ao Projeto de Reposição dos 35%, que garante a bimestralidade do texto da lei. E isto é, por menor que seja, uma garantia. Temos garantia das reposições para setembro e para novembro. Em segundo lugar, conseguimos retomar uma coisa que nos pareceu importante desde o primeiro momento, que é a formação de uma comissão conjunta entre Secretariado, esta Casa e a Associação dos Municipários, a exemplo, aliás, do que ocorreu, num impasse semelhante, ao tempo do Prefeito João Antônio Dib e que resultou na instalação de uma Comissão semelhante que, posteriormente, conseguia articular algumas alternativas e creio, inclusive, que o Ver. Wilton Araújo participava dessa Comissão, na ocasião, pela Casa.

Portanto, é também um dado que não resulta, neste momento em nenhum ganho real, concreto dos Senhores funcionários, mas significa, sem dúvida nenhuma, a possibilidade de se sentar à mesa e se discutir, objetivamente, se examinar a documentação, a disponibilidade, talvez até de incluir, politicamente, nas decisões que venham a ser tomadas pelo Executivo.

Então conseguimos, esta Comissão tripartite, digamos assim, entre o Executivo, com quatro Secretários, esta Casa com quatro Vereadores, que deveremos definir posteriormente quais sejam, e quatro representantes dos municipários a ser definidos pela AMPA, pelo que eu me permito, aqui, em nível absolutamente pessoal, lembrar que será importante ter pelo menos um funcionário aqui do Legislativo, participando, talvez um do nível do trabalhador, do operário, um outro do nível técnico, enfim, diferentes interesses que se colocam dentro da realidade da representação da Associação e que eram inclusive lembrados hoje pela manhã pelo Ver. Clóvis Brum na discussão que tínhamos. Em terceiro lugar, se conseguiu também uma garantia de que dentro das decisões a serem ratificadas no segundo turno da Constituinte que começa agora, na segunda-feira próxima, se mantidos, o Município de Porto Alegre terá alguns ganhos como a exemplo da maioria dos Municípios. O Fundo de Participação dos Municípios, por exemplo, aumenta em 3% em relação ao que é hoje, passa de 17 para 20%, o que significa em termos de valores uma repercussão de cerca de 17 a 18% sobre o atual valor do fundo que compõe o Orçamento disponível pelo Município. Os dados são da Secretária Dilma Linhares. Fora disso, temos ainda dois outros tributos, o IVV que é o imposto que graça sobre a área de combustível, em nível municipal, instituído recentemente, e um outro tributo que é, dividido com o Estado, a área dos veículos automotores e que nós tivemos a garantia da Secretária Dilma Linhares, ratificada pelo Prefeito Collares, de que pelo menos 50% destes valores seriam utilizados, de imediato, na reposição salarial. No mínimo 50%, o que nos daria uma repercussão razoável que pode começar a ser utilizada dependendo, evidentemente, das decisões da Constituinte e da homologação da Constituinte, já a partir da reposição de setembro, do próximo bimestre, esperando-se, evidentemente, que a Constituinte seja homologada até o final de agosto. Nesse sentido, Srs. Funcionários, eu creio que, embora não tenhamos avançado muito, avançou-se alguma coisa em face da unidade do movimento dos funcionários municipais, em face da sua clara “assumição” deste Legislativo através das suas Lideranças, das Bancadas, de manter uma obstrução que é uma prática legislativa legal, normal nos plenários legislativos, e sobretudo me parece uma responsabilidade que esta Casa assumiu de tentar levar e chegar a alguma coisa. Nesse sentido minha intervenção é muito mais para prestar contas do trabalho que realizamos em nome do Partido dos Trabalhadores e também dar um relato genérico de avaliação do que se conseguiu. A luta deve continuar. Fundamentalmente a unidade deve ser mantida e da minha parte mantenho o compromisso com essa luta que é pessoal e também partidária em relação ao PT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver. Rafael Santos.

 

O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Os Vereadores Hermes Dutra e Antonio Hohlfeldt já colocaram de uma forma bastante clara o que foi possível fazer até agora e o que ainda pode ser feito de forma a que se possa modificar essa situação atual de achatamento salarial dos funcionários municipais. Para nós, Vereadores, a votação em Plenário dos aumentos aos funcionários sempre é extremamente penosa porque, embora se possa ter consciência muito clara do baixo percentual de aumento, embora se possa ter o desejo de melhorar esse percentual, isso se torna impossível face a atual legislação. Então, na realidade, em Plenário, na hora da votação, praticamente, nos cabe homologar aquele valor enviado pelo Sr. Prefeito. Não nos impede, todavia, de contestar, esclarecer, para que não se passe como uma verdade definitiva de que aquele percentual é bom ou que aquilo é o máximo que o Município pode dar. Ora, se nós calcularmos, o processo da inflação oficial apenas nestes três meses que medeiam o último aumento que foi dado em maio, junho e o cálculo de julho, nós verificamos um aumento inflacionário de cerca de 60%. Se nós calcularmos o de julho em cerca de 22% nós teríamos 59,31% de inflação. O aumento proposto é de 35%. Isso significa o quê? Que nesses três meses o funcionalismo está sendo achatado em 24,31% no seu salário. Um funcionário que em maio ganhava 50 mil cruzados deveria, agora, em julho, apenas para repor o seu salário passar para 80 mil e na realidade vai passar para 67 mil e 500 cruzados, o que dá um déficit de 12 mil e 500 no seu salário. Por outro lado, não se diga e não se traga como argumento que o Município não tem recursos, porque a receita municipal, a única parte fixa da receita municipal é o Imposto Predial e Territorial, é a única parte fixa. O ISSQN e o retorno do ICM são uma variável em função da própria inflação, porque, na medida em que os preços crescem, cresce o faturamento das empresas e cresce o valor do ICM e do ISSQN, quer dizer, embora seja um crescimento nominal, é um crescimento real que existe. O Município, hoje, está arrecadando muito mais do que previa e tanto isso é verdade que, a partir de agosto nós vamos ver, aqui, nesta Casa a entrada de uma série de Projetos abrindo crédito suplementar e oferecendo, como recurso desses créditos suplementares, a arrecadação, a maior do Município. Isso ocorre todos os anos e vai continuar ocorrendo enquanto existir inflação. Embora o Executivo, no preparo do Orçamento, o prepare prevendo um valor inflacionário, essa inflação, sendo muito superior, também vai determinar uma arrecadação muito superior. Então, se a inflação é alta, a arrecadação do Município também será alta. Isso é um princípio que todos nós, que lidamos com o processo, sabemos que é assim. No mesmo ou quase no mesmo percentual em que cresce a inflação, cresce a arrecadação. Então, vejam, se o Sr. Prefeito declarasse que não tem recurso para repor a defasagem anterior de salário, do ano passado, nós poderíamos aceitar como verdadeiro agora, dizer que não tem recursos para pagar a atual inflação, isso não é verdadeiro, porque esse valor representativo da inflação mensal, esse representa um acréscimo mensal na arrecadação do Município. E nós sabemos que, em muito casos, o processo de inflação é mais fortemente marcado pelo aumento em apenas determinados setores, que geram ICM maior. Isso significa que se a inflação oficial é 22%, na arrecadação do ICM talvez tenha sido 23, 25 ou 30%. Eu reconheço que houve um avanço e o nosso Ver. Antonio Hohlfeldt detalhou, da tribuna as providências tomadas, mas, por outro lado, também me preocupa sobremaneira o não-estabelecimento de critérios para esse aumento bimensal, porque simplesmente dizer que haverá um aumento bimensal, praticamente não significa nada, apenas transfere essa mesma batalha, essa mesma discussão para daqui a dois meses. Previsto este aumento para setembro, nós já estamos quase no final de julho, início de setembro estaremos discutindo novamente o percentual de aumento e batalhando novamente nos mesmos termos em que hoje estamos batalhando. De parte da Câmara, eu acredito que os Srs. Funcionários já sentiram que há uma boa vontade, que há um desejo, pelo menos da grande maioria dos Vereadores desta Casa de lutar por uma reposição salarial efetiva.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não tenho nenhuma função, nenhum interesse de defender o Executivo, até porque não sou Vereador da situação, ao contrário, sou até chamado de radical de oposição. O problema, é o seguinte Vereador, eu tenho a mesma preocupação de V. Exa. em relação a esta questão, que em setembro a gente não tenha que começar tudo de novo, e, ainda, agora, alguns funcionários nos propunham que se fizesse uma Emenda no sentido de se garantir o mínimo de índice para setembro e para novembro: eu acho que isto é algo a ser considerado por nós, da oposição. Eu apenas queria colocar, aqui, na discussão geral um outro dado, eu acho que eventualmente poderemos ganhar tempo com esta Comissão paritária, se ela conseguir funcionar, porque então a Comissão paritária poderia, por antecipação, avançar no estudo e conseguir fixar um índice para setembro, antes do envio da mensagem, o que era a idéia original, quando estivemos com o Sr. Prefeito na primeira vez.

Eu também tenho esta preocupação de V. Exa., apenas acho que a comissão paritária, que foi sugerida pelo Ver. Zanella, como Presidente da Casa, e foi referendada por todos nós, ela pode eventualmente antecipar este trabalho. Agora, não impede que cheguemos a apresentar aqui uma Emenda.

 

O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente, para concluir, a nossa experiência em apresentação de Emendas tem sido extremamente frustrante, porque o Executivo veta as Emendas e possui nesta Casa número suficiente de Vereadores para manutenção do veto. Então, me parece, nobre Ver. Antonio Hohlfeldt, que a insistência da organização imediata desta Comissão e que ela comece a trabalhar, se possível, amanhã, para que se estabeleça um acordo entre Executivo, Legislativo, e funcionários. De tal forma que se possa chegar ao mês de setembro com uma solução porque, na realidade, setembro está aí, faltam apenas 40 dias para chegar o dia 1.º de setembro, o que não é muita coisa, então, me parece que isso traria melhores resultados do que aprovarmos uma Emenda hoje, que será inevitavelmente destinada ao Veto do Sr. Prefeito e talvez até a uma alegação do mesmo dizendo que se rompeu o diálogo, fazendo essa Emenda, e dificultar ainda mais a reunião dessa comissão paritária.

De maneira que opto pela organização imediata desta comissão e que a mesma comece a trabalhar, se possível, amanhã mesmo.

Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa comunica ao Plenário o recebimento do PDL n.º 13/88 - Proc. n.º 1547/88.

De acordo com o art. 78, requeiro o Tempo de Presidência e peço à Verª Gladis Mantelli que, por favor, ocupe a Presidência e o Ver. Mano José que secretarie a Mesa.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr.ª Presidente e Srs. Vereadores. Recebemos, neste momento, a Mensagem do Sr. Prefeito Municipal a respeito dos Projetos de aumento dos funcionários.

Sr. Presidente desta Casa, Ver. Brochado da Rocha, pediu-me que cuidasse, com a maior diligência, a questão funcional porque não admitia ele, como não admitimos, que as questões dos funcionários sejam relegadas a um segundo plano.

Em face de um determinado tipo de impasse existente e que, por acordo entre as Lideranças, o Sr. Prefeito e as Bancadas desta Casa não mais existe, vamos hoje proceder à votação de todos esses Projetos. Queria dar o meu testemunho de que, independentemente de problemas partidários, de problemas ideológicos e problemas até de relacionamento, tanto quanto possível, as Lideranças desta Casa foram recebidas da forma mais cordial pelo Executivo Municipal. Este, apesar de manter seu ponto de vista e a sua certeza de que os recursos não eram suficientes para atendimento de justos reclamos, abriu as portas da Prefeitura Municipal, para que o Executivo, os Vereadores e os funcionários pudessem acompanhar “pari passu” as receitas e despesas municipais. Queria dar esse testemunho de que a Mesa, dirigida pelo Ver. Brochado da Rocha, diligenciou de todas as formas para que não perdurasse esse tipo de impasse. As Lideranças desta Casa foram extremamente diligentes para que isso ocorresse. A Casa, os Vereadores tudo fizeram e tudo farão para que, numa época tão atribulada como a nossa, como a que vivemos, em termos de Estado, de Município e do País, ao final, se não chegarmos ao ideal, que cheguemos àquilo tudo que imaginamos. Cabe uma grande responsabilidade, ainda que indireta, para que tenhamos a sonhada recuperação salarial dos funcionários ao resultado efetivo da Assembléia Nacional Constituinte. Porém, a Mensagem, já define que metade dos recursos obtidos em 88, pelas determinações da Nova Constituição, sejam transferidos para recuperação dos salários dos funcionários. Isso é uma esperança muito grande para que tenhamos tudo aquilo que desejamos.

Finalmente, a instituição em Lei da bimestralidade me perece, igualmente, importante, e foi conseguido fruto do trabalho de todos nós, funcionários que aqui estão, a sua Associação, a AMPA, os Presidentes de Associações de Entidades Funcionais que estiveram nesta Casa, ontem, os funcionários da Casa, que também enfrentam os mesmos problemas que os funcionários do Executivo, os funcionários da Câmara que não têm horário para trabalhar para que os projetos sejam votados em tempo hábil.

Os meus agradecimentos a todos. Entregarei, agora, a Mensagem Retificativa à Sr.ª Secretária para que conste em Pauta para que possamos, hoje, votar todos os projetos. E esperamos ter, futuramente, melhores condições de atendimento aos Senhores. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Solicito à Sr.ª Secretária Gladis Mantelli que proceda à leitura do Ofício do Sr. Prefeito Municipal, contendo Mensagem Retificativa ao PLE n.º 69/88.

 

A SRA. SECRETÁRIA: (Lê.)

“Of. n.º 417/GP   

Paço dos Açorianos, 20 de julho de 1988.

Sr. Presidente:

Dirijo-me a V. Exa. para encaminhar Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo n.º 069/88, que reajusta os vencimentos dos funcionários da Administração Centralizada e Autárquica do Município e dá outras providências.

A presente mensagem é resultado do acordo promovido pelo Executivo com as Lideranças de todas as Bancadas com assento nessa Casa, de onde ficou decidida a instituição da sistemática de reajustes bimestrais ao funcionalismo municipal.

Na mesma reunião, por sugestão dos Vereadores, restou decidida a constituição de uma Comissão Paritária para negociação permanente, integrada por quatro representantes do Executivo, quatro representantes da Câmara e quatro funcionários públicos municipais indicados pela Associação dos Municipários de Porto Alegre - AMPA. Essa comissão terá por finalidade a análise da situação financeira do Município com o objetivo de melhorar as condições salariais do funcionalismo municipal assegurada, desde logo, no ano de 1988, a utilização da metade dos valores a serem auferidos nos ingressos tributários instituídos pela nova Constituição Federal, a saber: Imposto sobre Vendas a Varejo de Óleos, Combustíveis, Lubrificantes Líquidos e Gasosos, com exceção do óleo diesel (IVV), aumento da parcela do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e o aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), não previstos no atual Orçamento.

Diante do exposto, inclui-se no citado Projeto de Lei novo art. 5º com a seguinte redação:

‘Art. 5º - Fica instituído o sistema de reajuste bimestral nos vencimentos dos servidores da Administração Centralizada e Autárquica do Município.’

O atual art. 5.º passa a ser numerado art. 6.º, renumerando-se os demais.

Contando com o favorável pronunciamento dessa Colenda Casa, envio a Vossa Excelência e a seus nobres Pares cordiais saudações.

 

(a) Alceu Collares,

Prefeito.”

 

O SR. PRESIDENTE: Lida a Mensagem Retificativa, a mesma está sendo encaminhada, neste momento, para o Protocolo e inclusão no Processo.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Eu pergunto à Mesa, se há necessidade de que essa Mensagem corra a Pauta?

 

O SR. PRESIDENTE: O Projeto está em Pauta e a Mensagem está agregada ao Projeto. E me informa a Diretoria Legislativa, de que ocorrerá Pauta normal, junto com o Projeto, o que esperamos fazer ainda hoje em Sessões Extraordinárias.

Eu peço à Sr.ª Secretária que faça a verificação de “quorum”.

 

(A Sr.ª 1.ª Secretária procede a verificação de “quorum”.)

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: Há “quorum”, há 30 Srs. Vereadores em Plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 1406/88- PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 47/88, que estabelece o Programa Plurianual de Investimentos e o Plano Anual de Aplicação relativos aos recursos do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Urbano e dá outras providências. URGÊNCIA- COM EMENDA n.º 01 A 06.

 

Parecer Conjunto

- da CJR, CFO, CUTHAB, CEC, CEDECON e COSMAM. Relator Geral, Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação com a Emenda n.º 01.

 

Parecer Conjunto

- da CJR, CFO, CUTHAB, CEC, CEDECON e COSMAM. Relator Geral, Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação das Emendas n.º 02, 05 e 06 e pela rejeição das Emendas n.º 03 e 04.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE n.º 47/88. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com Declaração de Voto do Ver. Flávio Coulon.

Solicito à Sr.ª 1.ª Secretária que proceda à leitura da mesma.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Lê.)

“Declaração de Voto

Votei a favor do presente Projeto porque as comunidades interessadas não podem ser prejudicadas pela incompetência e falta de consideração do Poder Executivo em explicitar, minimamente, para este Poder Legislativo, as grandes áreas de aplicação dessas verbas.

 

Sala de Sessões, 20 de julho de 1988.

                                                       (a) Ver. Flávio Coulon.”

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos à votação das Emendas. Lembro aos Srs. Vereadores que as Emendas de n.ºs 1, 2, 5 e 6 podem ser votadas em bloco. Agora, as Emendas de n.ºs 1 e 3, por serem conflitantes, não serão votadas em bloco. Em primeiro lugar, votaremos a Emenda n.º 1. A Sr.ª 1.ª Secretária lerá a Emenda.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Lê a Emenda n.º1.)

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): V. Exa informou que a Emenda n.º 01 vai ser votada em bloco com Emenda n.º 02?

 

O SR. PRESIDENTE: Exatamente o contrário. Ela será votada em separado porque, apesar de ter Parecer favorável, ela conflita com a Emenda n.º 3. Assim, houve por bem a Mesa decidir que ela será votada de forma isolada.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Para um Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. está com a palavra.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Requeiro a V. Exa. votação nominal para a Emenda n.º 01, votação nominal e em bloco para as Emendas de n.ºs 02, 05 e 06, todas elas apostas ao PLE n.º 47/88.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. NEI LIMA: Para um Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. está com a palavra.

 

O SR. NEI LIMA: Requeiro votação nominal para a Emenda n.º 04, aposta ao PLE n.º 47/88.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito à Sr.ª 1.ª Secretária que proceda a chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação da Emenda n.º 1, aposta ao PLE n.º 47/88.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Empate em 14 votos, Sr. Presidente.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, embora V. Exa. tivesse votado pela abstenção, num primeiro momento, tendo ocorrido um empate, o Regimento Interno é claro no sentido de que o Presidente desempate. Então, o voto de Minerva é de V. Exa.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu vou fazer a justificação do meu voto. A Ver.ª Gladis Mantelli lerá a minha justificativa.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a justificativa de voto se dá após o pronunciamento do voto.

 

O SR. PRESIDENTE: Como é voto de Minerva gostaria que fosse antecipado, mas sigo o Regimento Interno. Voto “Sim”.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: Sr. Presidente, 15 Srs. Vereadores votaram SIM, 14 Srs. Vereadores votaram NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda n.º 01 ao PLE n.º 47/88. Solicito à Sr.ª Secretária que proceda à leitura da Declaração de Voto deste Vereador.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Lê.)

“Declaração de Voto

Por ser uma pessoa que sempre atuou no Executivo o fez da forma mais transparente possível e, seguindo sua Bancada, abro um crédito de confiança no Executivo e voto sim.

Sala das Sessões, 20 de julho de 1988.

                                                                (a) Ver. Artur Zanella.”

 

(Votaram SIM os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães, Jaques Machado, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga e Wilton Araújo. Votaram NÃO os Srs. Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Caio Lustosa, Clóvis Brum, Gladis Mantelli, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Nilton Comin, Rafael Santos, Flávio Coulon, Marcinho Medeiros e Eroni Carus.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes da votação das Emendas n.ºs 2, 5 e 6, suspendemos a Sessão por três minutos, a fim de dirimir dúvidas.

 

(Suspende-se a Sessão às 16h06min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h07min): Reaberta a Sessão. Havia uma dúvida, sobre a questão da Emenda em termos dos seus votos. A Emenda foi aprovada por 15 votos a 14 votos.

Solicito à Sr.ª 1.ª Secretária que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação das Emendas n.ºs 02, 05 e 06, apostas ao PLE n.º 47/88, conforme o requerido pelo Ver. Caio Lustosa.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 14 Srs. Vereadores votaram SIM e 13 Srs. Vereadores votaram NÃO.

 

O SR. NEI LIMA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de votação, tendo em vista que a própria Mesa teve dificuldade em colher os votos e nós, que estávamos acompanhando, também tivemos dificuldade em ouvir com clareza os votos dos Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Nei Lima, que solicita verificação de votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Com a palavra a Sr.ª Secretária, para a verificação de votação.

 

A SRA. 1ª SECRETÁRIA: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 16 Srs. Vereadores votaram SIM, 11 Srs. Vereadores votaram NÃO e 01 Sr. Vereador se absteve.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADAS as Emendas n°s 02, 05 e 06, apostas ao PLE n° 47/88.

Solicito à Sr.ª Secretária que proceda à leitura da Declaração de Voto do Ver. Flávio Coulon.

 

A SRA. 1ª SECRETÁRIA: (Lê.)

“Declaração de Voto

Votei NÃO por convicção e não por fisiologismo: trata-se de Emendas políticas que não apresentam embasamento técnico.

Sala das Sessões, 20 de julho de 1988.

                                                             (a) Ver. Flávio Coulon”

 

(Votaram SIM os Srs. Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Bernadete Vidal, Caio Lustosa, Clóvis Brum, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Nilton Comin, Raul Casa, Marcinho Medeiros e Eroni Carus. Votaram NÃO os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães, Jaques Machado, Nereu D’Ávila, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Wilton Araújo e Flávio Coulon. ABSTEVE-SE de votar o Sr. Vereador Nei Lima.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Emenda n° 03 é de conteúdo contrário à Emenda já aprovada. A Emenda n° 03 não irá à votação.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em que pese a ausência do autor, eu gostaria de chamar a atenção da Mesa, porque a Emenda n° 03 é totalmente diferente de qualquer outra Emenda que tenha sido votada, ela simplesmente suprime o artigo, ao passo que a do Ver. Cleom Guatimozim dá nova redação ao artigo. Eu até concordaria, não pelo fato de que a Emenda seja prejudicada, mas pela decisão anterior, sim. Aprovada a Emenda do Ver. Cleom Guatimozim...

Sr. Presidente, eu até concordo que V. Exa. declarou prejudicada em função da aprovação da Emenda do Ver. Cleom Guatimozim. Sou grato a V. Exa.

 

O SR. PRESIDENTE: O Parágrafo único, do art. 125, do Regimento Interno, diz o seguinte: “A prejudicialidade será declarada de ofício pelo Presidente ou a requerimento de Vereador.” E a Emenda está prejudicada e não será votada. Solicito à Sr.ª 1.ª Secretária que proceda à chamada nominal do Srs. Vereadores para a votação da Emenda n° 04, aposta ao PLE n° 47/88, conforme o requerido pelo Ver. Nei Lima.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 14 Srs. Vereadores votaram SIM e 15 Srs. Vereadores votaram NÃO.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, requeiro verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Caio Lustosa, que solicita verificação de votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Com a palavra a Sr.ª Secretária, para proceder à verificação de votação da Emenda n° 04.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 15 Srs. Vereadores votaram SIM, 13 Srs. Vereadores votaram NÃO e 02 Srs. Vereadores se abstiveram de votar.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda n° 04, aposta ao PLE n° 47/88.

(Votaram SIM os Srs. Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Caio Lustosa, Clóvis Brum, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Nilton Comin, Rafael Santos, Flávio Coulon, Marcinho Medeiros e Eroni Carus. Votaram NÃO os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães, Ennio Terra, Jaques Machado, Nereu D’Ávila, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga e Wilton Araújo. ABSTIVERAM-SE de votar os Srs. Vereadores: Ignácio Neis e Nei Lima.)

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, através do qual solicita seja o PLE n° 47/88 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 862/88 – REDAÇÃO FINAL AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N° 06/88, que altera dispositivos da Lei Complementar n° 118, de 24 de janeiro de 1985.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

A Sr.ª 1.ª Secretária procederá à verificação de “quorum”.

 

A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: (Procede à verificação de “quorum”.) Há 11 Srs. Vereadores em Plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há “quorum” para continuidade da Ordem do Dia.

 

(Levanta-se a Sessão às 16h34 min.)

 

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